Queria o fascista salazarento que não discutíssemos nada porque discutir abre alas ao pensamento e à afronta. Deus e virtude não seriam discutidos, nem a pátria, história ou autoridade, e silêncio sobre a família, a moral e o trabalho.

É certo que a génese destas estruturas político-sociais é bem mais antiga e ampla que o período do Estado Novo, e é certo também que o fim deste regime não representou uma verdadeira erradicação do seu carácter nefasto. Há ainda uma profunda resistência em reconhecer a violência do passado colonial e da nação, com todas as suas consequências, e continuamos a ter as nossas vidas e corpos moldados pelas mais diversas instituições autoritárias. O conceito de família continua cristalizado, a influência da religião no espaço político, assim como na forma como pensamos e vivemos os corpos e a sexualidade, é abismal, e continuamos distantes de viver um mundo em que o compasso das nossas vidas não seja o trabalho.

Queria o fascista salazarento que não discutíssemos, mas NÓS DISCUTIMOS e afrontamos quem nos quer recatadas e acríticas!

Convidamos-te a discutir connosco na Disgraça, um centro social na Penha de França. Discutiremos os temas propostos em 5 eventos, experimentando diferentes formas de discutir e encorajando também a participação desde casa de todas as que não se possam juntar presencialmente.

IMPORTANTE:
• A Disgraça abrirá nestes dias somente para acolher as pessoas participantes deste evento • Pedimos que usem máscara sempre que possível • Tens disponibilidade para fazer tradução sussurrada? Se sim, por favor avisa-nos ;)

Condições de acessibilidade: o espaço não está preparado para acolher pessoas com mobilidade reduzida: o acesso é feito por escadarias e as wc's não estão preparadas para a manobrabilidade de cadeiras de rodas, no entanto temos pessoas preparadas para ajudar ao transporte das cadeirantes dentro da Disgraça se necessário.

A Disgraça é um espaço onde não se toleram comportamentos racistas, sexistas, transfóbicas, homofóbicas, etc.